O Pará vive um ciclo de fortalecimento industrial sem precedentes. Logo, entre as médias e pequenas empresas, a combinação de tecnologia, sustentabilidade e identidade amazônica tem colocado o estado em evidência nacional e internacional. Com base nas informações compartilhadas pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), esta matéria reúne um panorama das indústrias de destaque e apresenta a visão do presidente da entidade, Alex Carvalho, sobre o papel estratégico do setor e suas perspectivas para os próximos anos.
A força da indústria no desenvolvimento do Pará
Segundo o presidente da FIEPA, Alex Carvalho, atualmente a indústria é uma das bases essenciais para o desenvolvimento econômico e social do estado.
“A indústria desempenha um papel estratégico para o desenvolvimento econômico e social do Pará. Além de ser responsável por parcela significativa do PIB estadual, o setor impulsiona a geração de empregos formais, fortalece cadeias produtivas inteiras e amplia a arrecadação tributária que retorna em serviços para a população.” — Alex Carvalho, presidente da FIEPA
Ademais, o dirigente destaca o efeito multiplicador do setor:
- estimula fornecedores locais;
- incentiva inovação tecnológica;
- atrai investimentos em logística, energia e serviços especializados;
- agrega valor aos recursos naturais;
- amplia a competitividade do estado nos mercados nacional e internacional.
Setores como mineração, metalurgia, florestal, alimentos, energia renovável, construção civil e agronegócio formam a espinha dorsal do atual cenário industrial paraense.
Expectativas de crescimento da indústria para os próximos anos
As projeções compartilhadas pela FIEPA são otimistas: o Pará deve entrar em um ciclo de expansão impulsionado por infraestrutura, energia, inovação e bioeconomia.
“Projetos estruturantes, novas rotas logísticas, aumento da capacidade portuária, modernização industrial e qualificação de mão de obra devem fortalecer ainda mais o ambiente de negócios.” — Alex Carvalho
Entre os motores desse crescimento estão:
- avanço das energias renováveis;
- ampliação de investimentos minerometalúrgicos;
- expansão logística;
- consolidação da transição energética;
- abertura de mercados internacionais para produtos amazônicos;
- maior agregação de valor por meio da industrialização local.
A visão da FIEPA é clara: um Pará mais diversificado, competitivo e sustentável.
As médias e pequenas indústrias paraenses que se destacam em inovação
A seguir, apresentamos as indústrias indicadas pela FIEPA como exemplos de crescimento, tecnologia e protagonismo no mercado local e nacional.
Amz Tropical: Bioeconomia aplicada às bebidas premium
Setor: Bebidas alcoólicas artesanais | Cidade: Belém
Tempo de mercado: Desde 2021
Instagram: amztropical
A Amz Tropical vem revolucionando o mercado de bebidas regionais ao combinar identidade amazônica com tecnologia e sustentabilidade. Seus gins — um com jambu e outro com castanha-do-pará — ganharam prêmios no Brasil e no exterior.
Destaques:
- posicionamento forte no mercado de bebidas premium.
- verticalização da cadeia da bioeconomia;
- embalagens ecológicas (refil em lata e garrafas de alumínio);
- valorização de insumos nativos;
Meu Garoto: A criadora da cachaça com jambu
Setor: Cachaças e licores | Cidades: Belém e Ananindeua
Tempo de mercado: 12 anos como indústria | 30 anos como marca
Instagram: meugarotooficial
Reconhecida internacionalmente, a Meu Garoto foi pioneira ao transformar o jambu em protagonista do mix de bebidas da Amazônia.
Destaques:
- expansão industrial com foco em inovação sensorial.
- criadora da Cachaça com Jambu, hoje ícone mundial;
- impacto direto na cadeia produtiva do jambu;
- forte presença turística e cultural;
QURI Natural Beauty: Biocosméticos de alta performance
Setor: Saúde, beleza e bem-estar | Cidade: Belém
Tempo de mercado: 1 ano e meio
Instagram: qurinaturalbeauty
A QURI representa o avanço da biotecnologia aplicada à beleza. Seus produtos utilizam processos tecnológicos verdes e insumos capazes de captar CO₂.
Destaques:
- foco em pureza, performance e sustentabilidade.
- biotecnologia amazônica de última geração;
- processos sem solventes químicos;
- embalagens eco-glass;
Bellamazon: Excelência na produção e exportação de açaí
Setor: Indústria de açaí | Cidade: Marituba
Tempo de mercado: 25 anos
Instagram: bellamazonacai
A Bellamazon é uma das maiores referências industriais de açaí no Pará, com forte presença internacional.
Destaques:
- controle total de qualidade e produção verticalizada.
- maquinário próprio para processamento e liofilização;
- produção orgânica rastreável (Curralinho/PA);
- portfólio: polpa, sorbet e açaí liofilizado;
Horta da Terra: Ingredientes regenerativos liofilizados
Setor: Bioingredientes e liofilização | Cidades: Santo Antônio do Tauá, Belém e São Paulo
Tempo de mercado: Desde 2016
Instagram: hortadaterra
Com foco em sustentabilidade e tecnologia, a Horta da Terra opera um sistema produtivo regenerativo e sintrópico.
Destaques:
- forte atuação em bioeconomia circular.
- indústria própria de liofilização;
- ingredientes amazônicos com design circular;
- solução industrial modular e escalável;
Hidromel Uruçun: Luxo, gastronomia e ciência amazônica
Setor: Bebidas premium | Cidade: Belém
Tempo de mercado: Mais de 3 anos
Instagram: hidromelurucun
A Uruçun se destaca no mercado de bebidas de luxo com um produto único no país: hidromel feito exclusivamente com mel de abelhas sem ferrão.
Destaques:
- empresa deep tech de impacto liderada pela premiada CEO Ana Lídia Zoni.
- único hidromel com safra a partir de 2027;
- medalha de 2º melhor hidromel da América Latina (Brasil Mead Cup);
- parceria com 300 famílias meliponicultoras;
- mais de 2 mil hectares de áreas com manejo sustentável;
Futuro industrial do Pará se constrói com inovação e identidade regional
Por fim, as indústrias paraenses destacadas pela FIEPA mostram que o futuro do setor no estado é guiado pela inovação, bioeconomia, sustentabilidade e pela valorização de produtos típicos da Amazônia.
De bebidas artesanais globalmente premiadas a biotecnologia cosmética e liofilização de ingredientes regenerativos, o Pará demonstra que suas pequenas e médias indústrias já fazem parte de uma nova matriz econômica — mais diversificada, tecnológica e conectada às demandas globais.