Poucas produções independentes paraenses chegam ao público com tanta força conceitual quanto Não Filmarás, novo curta-metragem do coletivo Estrada Nova Filmes. A obra nasce com a ousadia de provocar reflexões sobre como cada indivíduo se relaciona com o cinema — seja como criação, seja como abrigo emocional. Logo, essa dualidade é usada para construir uma narrativa que desafia a linguagem audiovisual tradicional.
A perspectiva humana que move o curta-metragem
O filme segue duas trajetórias que, apesar de distintas, se cruzam pelo mesmo elo: o cinema como ponto vital de experiência humana. Uma das personagens vive o cinema como prática intensa, quase visceral, enquanto tenta encontrar seu espaço dentro dessa arte. A outra encontra no audiovisual uma fuga emocional, um respiro dentro de uma rotina desgastante.
Esse contraste cria o eixo dramático da narrativa: até onde a criação interfere na vida real? E onde a vida real passa a moldar a criação? Portanto, a tensão entre esses dois polos é o que dá densidade ao filme e o que o torna tão relevante no atual cenário cultural paraense, onde novos diretores e criadores vêm explorando temáticas introspectivas com linguagem contemporânea.
Quem assina a produção
O longa é assinado pelo coletivo Estrada Nova Filmes, que tem se consolidado como uma das vozes mais consistentes do cinema independente da região Norte. Esta é a quarta obra do grupo e o terceiro filme com direção de Jean Guilherme, que também assina o roteiro.
A produção traz Alexandre Matos na linha de frente e Maya Figueiredo como diretora de arte. Eliane Gomes e Sarah Ribeiro dão vida às protagonistas, construindo performances que reforçam a força emocional da obra e aprofundam o debate proposto pelo enredo.
Para quem acompanha tendências de negócios culturais, vale observar como coletivos independentes como o Estrada Nova vêm criando modelos sustentáveis de produção, circulação e impacto — um movimento que cresce em Belém e abre espaço para parcerias, patrocínios e novas frentes na economia criativa.
Estreia e caminho de distribuição do curta-metragem
A primeira exibição será no SESC Ver-o-Peso, às 19h, marco importante para a cena cultural da cidade, já que o espaço vem ampliando sua atuação no apoio ao audiovisual paraense.
A obra também integra o Festival Mostrar, onde recebeu indicação na categoria de Melhor Direção da Região Norte — reconhecimento que reforça a relevância artística do filme e aumenta sua visibilidade nacional.
Após o circuito de festivais, Não Filmarás chegará ao público em formato on demand, abrindo uma janela de acesso mais ampla e permitindo que o filme circule além das fronteiras locais. Para empreendedores do setor cultural, esse modelo híbrido de lançamento — presencial + digital — é uma tendência crescente e estratégica, especialmente para obras independentes.
Instagram: estradanovafilmes